quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Postagem relacionada ao seminário de sociologia:


Os últimos dez anos do regime militar (1974-1984) foram críticos para sua manutenção, pois em termos econômicos iniciava-se uma crise internacional decorrente do aumento explosivo dos preços do petróleo, e isso tinha reflexos diretos internamente. E, politicamente, a oposição ao regime iniciava sua ascensão, tanto no plano eleitoral quanto no dos movimentos populares, com a emergência de manifestações reivindicatórias, principalmente nas grandes cidades, por melhores condições de vida e de trabalho. As greves operárias ressurgiram e o movimento dos trabalhadores, com nova configuração, reestruturou-se gradativamente.
Diante dessa situação, o governo do general Ernesto Geisel (1974-1079) foram dados os primeiros passos para a “abertura” do país. Inicialmente, Geisel precisou conter os vários setores das forças armadas que queriam a continuidade do regime militar; depois, iniciou uma longa trajetória para promover uma transição lenta e gradual para a democracia representativa, sob a vigilância dos militares, tentando conter as manifestações políticas das ruas.
Nessa última fase da ditadura aconteceram alguns fatos importantes que merecem ser lembrados. Em 1978 foi extinto o AI-5, o ato institucional dos militares que tolera radicalmente a liberdade do país. Em 1979 foi aprovada a lei da anistia, e centenas de exilados voltaram ao Brasil. Também nesse ano foi restabelecido o pluripartidarismo, o que abriu a vida política para outros partidos. O partido democrático social (PDS) substituiu a Arena ,e o MDB transformou-se no partido Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nasceram o partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em 1982, o Partido dos Trabalhadores (PT) teve seu registro aceito.
No último governo militar ,o do general João Baptista Figueiredo, agravou-se a crise econômica e intensificaram-se os movimentos grevistas e as manifestações de protesto. Em 1984, uma campanha por eleições diretas para presidente da república, conhecida como Diretas Já, agitou o país, e uma emenda à constituição foi votada com esse objetivo, mas não conseguiu ser aprovada no congresso. Os militares decidiram que o governo deveria ter um civil na liderança, mas eleito indiretamente pelo congresso Nacional, e isso ocorreu.
Como vimos até aqui, o Estado brasileiro teve poucos momentos de efetiva democracia representativa, mesmo com a existência de uma constituição que se propunha definir os direitos dos cidadãos. Na prática, essa constituição estava sempre a serviço daqueles que ocupavam o poder e de quem os sustentava.